RPG Iniciado!
Dia: 13 de Maio de 2016
Hora: 13:00
Tempo: Ensolarado
ALICE
A nova Alice sentava-se pacificamente em seu trono, olhando de forma fixa para algum ponto à frente, embora não houvesse nada. A única outra presença no salão era uma garota de seus dezessete anos, de cabelos prateados curtos e com um tapa-olho sobre o olho esquerdo. Usava vestes longas e tinha uma expressão de apatia.
- Está lançado, então? O jogo?
Ela murmurou, sem esperar resposta, e sua voz denunciava tristeza - como se ela tivesse passado muito tempo triste.
O homem sentado ao trono, com a coroa de louros na cabeça, apenas soltou uma risada seca. Estava achando aquilo muito divertido, e nem havia começado.
- Você devia ter superado. Não é a verdadeira guerreira?
Provocou, ao que a garota nada disse, mas suas mãos se fecharam em punho.
Satisfeito com o resultado, Alice endireitou a postura.
- Está lançado. Ah, estou vibrando para ver no que isso se tornará!
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Eu tinha acabado de descer do ônibus, tendo acabado mais um dia de aula partircularmente entediante, mas pelo menos era sexta-feira. Após a aula, tinha que ir trabalhar na rádio, e apenas a perspectiva já me cansava, mas, fazer o quê, é meu trabalho.
Apenas para não morrer de cansaço e desmaiar na rua, passei em Anteiku para tomar um café, quem sabe levaria pra viagem. Fiquei um tanto triste ao ver que aquele atendente baixinho e bonitinho dos olhos azuis não estava hoje - eu achava a presença dele tão agradável...
De qualquer maneira, peguei meu café - com leite e açúcar, naquele dia em específico - e levei para viagem, estava meio que com pressa. Enquanto caminhava as poucas quadras que separavam Anteiku da minha estação de rádio, recebi algumas mensagens de Oliver, e resolvi ligar para ele, enquanto andava mesmo, atravessando ruas de uma maneira um tanto quanto perigosa.
Mas droga, a ligação fora pra caixa de mensagens. - Olô? Oliver? Justo agora não me atende? Bem, estarei na corrida hoje à noite, como sempre. Tente não morrer, se fizer isso eu te mato. E tem mais, aquela coisa..- Comecei a mensagem, mas nunca cheguei a terminá-la.
Pois, quando comecei a deixar a mensagem, não olhava direito por onde ia e acabei nem vendo o sinal para pedrestes fechar, atravessando como se nada estivesse acontecendo. Só tive tempo de ouvir a buzina do carro, prolongada, e sentir o forte impacto antes de ser lançada longe.
Bati a cabeça com uma força inigualável. E o café com leite misturava-se ao sangue vermelho, e o som de um telefone tocando era ouvido em algum lugar, mas estas eram coisas que eu jamais poderia perceber.
~~//~~
Quando eu acordei, estava deitada na calçada. Tinha uma quantidade de gente em volta de mim e eu ouvia os sons de uma sirene de ambulância que parecia bastante próxima.
- Uff... O que houve?- Questionei, ao sentar-me, e levei uma das mãos à cabeça, sentia uma dor excruciante. Todos a meu redor se assustaram e recuaram - até mesmo eu teria feito, já me considerava morta. Por quê, então, eu estava de volta?
O pessoal da ambulância tentou me levar, mas eu recusei. Com esforço, levantei-me e me pus a andar, mas sentia que algo naão estava certo. Aquela batida não podia ter sido mero sonho - e, além do mais, meu celular registrava inúmeras chamadas perdidas de Ollie. Droga. Alguém teria que me explicar tudo isso depois...
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Eu estivera por alguns minutos sentado no banco do parque, assistindo as crianças - e uma adolescente bizarra - brincarem no chafariz próximo. Era tão legal, eu queria poder ter feito esse tipo de coisa quando era pequeno... Mas minha infância funcionara de uma maneira diferente.
Pensando nisso, olhei vagamente para o celular. Droga, eram 13:00! Eu estava atrasado para o trabalho em Anteiku! Sem me demorar mais, catei minha mochila escolar e me coloquei a correr, com sorte chegaria lá com apenas alguns minutos de atraso.
Porém, enquanto corria desesperado pelas ruas para chegar na cafeteria, algo prendeu minha atenção. Uma garota, logo virando a esquina, me observava atentamente.
Ao olhar melhor, eu percebi que era Brisa.
Mas não, não poderia - ela estava morta, já fazia um ano, quanto tempo eu não passara pranteando sua perda? A pessoa que eu tanto procurara? Sem pensar, fui correndo naquela direção, esquecendo-me completamente que tinha que trabalhar.
Enquanto corria, acabei passando por um espaço em construção - sabe-se lá porque tínhamos cruzado aquele espaço, e eu olhara para o céu brevemente...
Um conjunto de vigas havia caído, e bem em cima de mim. Eu fui perfurado por todas elas.
Antes de apagar para minha morte completa, juro que vi que Brisa parara e sorrira para mim. E, no último segundo, eu sorri de volta.
~~//~~
Acordei caído no chão batido de terra do espaço em construção, com alguns dos trabalhadores desesperados correndo de um lado para o outro. Não parecia ter se passado muito tempo - e eu sentia uma dor excruciante em toda a região de meu tórax, mas no geral parecia bem.
O que tinha acontecido, eu nem lembrava. Como tinha vindo parar ali? O que eu estava fazendo, mesmo? De fato, fora difícil até mesmo lembrar-me de que tinha um emprego.
O pessoal da construtora nem reparou quando eu levantei-me e fui andando lentamente para meu destino original, ainda sem entender nada.
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Eu andara brincando alegremente em torno do chafariz do parque, nos poucos minutos que precediam meu horário de entrada na doceria, para o dia de trabalho. Fazia questão de nunca chegar atrasada, mas hoje Aidan decidira me comprar um sorvete, então deveriam me perdoar. Ele é sempre tão amoroso comigo, cuidadoso! Sempre pensando no meu bem-estar! Eu adorava tê-lo como irmão, pensei enquanto brincava com todas aquelas crianças, que pareciam não ligar se eu era mais alta e mais velha que todos eles, pois afinal é a idade do coração que conta.
Quando Aidan levantou-se e me chamou a atenção, no entanto, reparei que era hora de ir. Não sem antes jogar uma moeda pequena na fonte, e fazer um pedido.
- Que minha paz não acabe, nunca, e que eu seja feliz pra sempre!- Falei, sorrindo. Era idiota, sim, mas eu não ligava nem um pouco. Dei meia-volta e fui correndo até Aidan para acompanhá-lo.
No entanto, algo nos parou.
Uma loja próxima, na rua que tínhamos passado para que eu chegasse até a doceria, estava sendo assaltada. Uma troca de tiros se sucedera quando a polícia chegou, e nós imediatamente saímos correndo dali, mas eram muitos tiros a esmo.
E uma dessas balas perdidas atingiu Aidan.
Quando eu ouvi gritar e cair no chão com um baque, não pude crer. Ele, meu amigo, meu irmão, meu amado, não podia estar morto, era simplesmente fora de questão... Eu comecei a chorar e gritar por ajuda de uma forma desesperada, e quando tentei ligar para uma ambulância, vi que meu celular estava sem bateria. Tentei desesperadamente gritar por ajuda e por sorte vi uma ambulância parada não muito longe.
Porém, quando fui correr para lá, não vi o carro dos assaltantes passar a toda velocidade, e eu fui atropelada.
Morri na hora, o carro passou totalmente por cima de mim, e meus últimos pensamentos, Aidan estava em todos eles.
~~//~~
Acordei em um quarto todo branco, e não precisava ter muita inteligência para ver que se tratava de um quarto de hospital. Eu sentia uma dor enorme em cada parte do meu corpo, e não via ninguém ao redor.
Foi como se a verdade me desse um tapa no rosto - Aidan não estava ali! Eu tinha que achá-lo, talvez ainda vivesse!
Saí correndo do hospital para a rua, ignorando todos os chamados de desespero dos enfermeiros em volta, eu precisava encontrar meu irmão.
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Eu esperava enquanto Clea divertia-se no chafariz com as crianças, e alternava-me entre olhar para ela e para meu celular, impaciente. Desnecessário dizer que eu achava tudo aquilo uma perda de tempo, mas a garota não se importava, e achava que eu era a melhor pessoa por estar deixando-a fazer aquilo, então eu a permitira brincar mais um pouco.
Porém, quando olhei para o celular por um momento e percebi que ela estava em cima da hora para entrar em seu local de trabalho, levantei-me e fui até ela. Esperei ainda mais um minuto - ela precisava fazer algo importante, ao que parecia -, e por fim fomos andando pelas ruas de Los Santos, para que eu a levasse em segurança.
No entanto, fomos impedidos de prosseguir - uma loja mais à frente estava sendo assaltada, e ocorria troca de tiros entre os bandidos e a polícia. Imediatamente eu e Clea tentamos correr e fugir da rua perigosa, mas eu senti algo perpassar meu peito.
Uma bala perdida.
Eu não morri imediatamente - consegui ouvir os gritos de desespero de minha irmã pela rua antes de apagar, e comecei a chorar, sentia-me um lixo por não ter conseguido protegê-la.
Então morri.
~~//~~
Acordei dentro de um carro de policia, e sentia uma queimação na região de meu peito. Não sei bem o que estava fazendo naquele carro, então saí.
Tentei procurar os policiais, para que me oferecessem uma explicação - eu não me lembrava de nada, mas sabia que tinha morrido, o que não fazia sentido nenhum - mas não encontrei ninguém, todos estavam preocupados demais com seus próprios afazeres. Também não encontrei Clea em lugar nenhum. Assustado com os pensamentos do que poderia ter acontecido, desatei a procurá-la, andando rapidamente enquanto olhava para os lados, tentando achar a garota. Se algo ocorresse, eu jamais me perdoaria.
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Eu estava sentado tranquilamente dentro de um de meus carros, fazendo absolutamente nada, exceto relaxar ao som de alguma música que nem eu sabia qual era, mas era algo bom. Precisava desses momentos sozinho, era dia de corrida e eu necessitava de espairecer um pouco, tantas coisas andavam acontecendo ultimamente...
Tentei ligar algumas vezes para Mille, pra ver se ela confirmava a participação na corrida de hoje, mas ela não atendia. O que ela estava aprontando, eu me perguntava.
Cochilei um pouco no banco de trás do carro, e quando acordei fui checar as mensagens. Um correio de voz de Mille, uma ligação não atendida.
Ao terminar a mensagem, eu estava tremendo. Aquele barulho, o grito, e o término repentino nada daquilo sugeria boa coisa. Imediatamente pulei ao banco da frente e saí com o carro, usando do GPS que, em conjunto com um aplicativo simples feito por Camille propriamente dita, permitia que eu a encontrasse em qualquer lugar quando eu precisasse dela. O pontinho no radar do app estava parado em um mesmo ponto próximo à estação de rádio, então fui a toda velocidade pra lá, ultrapassando sinais vermelhos e o que mais fosse, eu precisava ajudar minha melhor amiga.
Nunca cheguei a fazer isso.
Um sinal fechou, mas eu não dei atenção. Porém outro carro em velocidade basicamente igual à minha cruzou a rua ao mesmo tempo que eu. Meu carro foi desviado da rua e eu bati com todo o impacto em um muro, e, como estava sem cinto, fui lançado com toda força contra o para-brisa e a parede.
Morri.
~~//~~
E, no entanto, quando abri os olhos, estava deitado em cima do capô do carro, e todo meu corpo doía como se eu tivesse sido espancado por horas a fio. Estava deitado em meio a cacos de vidro e o que mais tivesse, e no entanto eu parecia completamente vivo.
Meu carro, no entanto, estava destroçado, e isso era uma visão triste. Porém eu estava próximo de encontrar Camille, então sai correndo a pé mesmo, descalço. Mas ela não estava em lugar nenhum, então continuei a procurá-la andando pelas ruas.
Reservado, Katy-chan!
E o RPG começou, finalmente! Yaaaay *----*
Última modificação feita por Enchantrelle (17-01-2016, às 19h03)